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segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Capão Pecado

Ler capão foi uma esperiência muito legal, pois nem todos os livros vem com palavras tão normais que usamos no dia a dia. Confesso que tive um grau de dificuldade que dificultou a interpretação, tive que ler mais de uma vez, para chegar no ponto de entendimento (no ponto central do texto). O objetivo de ler capão talvez é olhar para a realidade das ruas e não se ligar muito no que vemos em reportagens na TV, geralmente os jornalistas destorcem os acontecimentos.

sábado, 22 de agosto de 2009

1C
18/07 - Festival de Dança: Avaliaremos a relação entre o tema do evento e a performance do grupo
23/07 - Discussão Adélia Prado - Entrevista Sempre um papo
24/07 - Rec. Paralela
30/07 - Discussão: A Igreja do Diabo / Machado de Assis
31/07 - Assistir ao documentário sobre Vinícius de Moraes - Tarde - 13h30min
06/08 - Atividade: Análise discursiva - Grupo de 5 pessoas
07/08 - Vídeo: Elis _ 13h 30 min
21/08 - Revista Isto é (Discussão e produção de texto)
03/09 - Prova: Tema - Literatura até a 3 Unidade do nosso módulo
05/09 - Apresentação Teatro/Musical: Elis e Vinícius - Auditório IF-BA / 19h
11/09 - Assistir ao filme: O nome da Rosa - Tarde - 13h30min

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

DESABAFOS DE UM BOM MARIDO


Minha esposa e eu temos o segredo pra fazer um casamento durar:duas vezes por semana, vamos a um ótimo restaurante, com uma comida gostosa, uma boa bebida, e um bom companheirismo.
Ela vai às terças-feiras, e eu às quintas. Nós também dormimos em camas separadas.
A dela é em Fortaleza e a minha em São Paulo .
Eu levo minha esposa a todos os lugares, mas ela sempre acha o caminho de volta. Perguntei a ela onde ela gostaria de ir no nosso aniversário de casamento. '
Em algum lugar que eu não tenha ido há muito tempo!' ela disse.
Então eu sugeri a cozinha.Nós sempre andamos de mãos dadas.
Se eu soltar, ela vai às compras.
Ela tem um liquidificador elétrico, uma torradeira elétrica, e uma máquina de fazer pão elétrica.
Então ela disse: '
Nós temos muitos aparelhos, mas não temos lugar pra sentar'. Daí, comprei pra ela uma cadeira elétrica. Lembrem-se, o casamento é a causa número um para o divórcio. Estatisticamente, 100 %% dos divórcios começam com o casamento. Eu me casei com a 'Sra. Certa'.
Só não sabia que o primeiro nome dela era 'Sempre'.Já faz 18 meses que não falo com minha esposa.
É que não gosto de interrompê-la.
Mas tenho que admitir, a nossa última briga foi culpa minha.
Ela perguntou: '
O que tem na TV?'
E eu disse 'Poeira'. No começo Deus criou o mundo e descansou.
Então, Ele criou o homem e descansou.
Depois, criou a mulher.Desde então, nem Deus , nem o homem, nem Mundo tiveram mais descanso.'Quando o nosso cortador de grama quebrou, minha mulher ficava sempre me dando a entender que eu deveria consertá-lo.
Mas eu sempre acabava tendo outra coisa para cuidar antes: o caminhão, o carro, a pesca, sempre alguma coisa mais importante para mim. Finalmente ela pensou num jeito esperto de me convencer.
Certo dia, ao chegar em casa, encontrei-a sentada na grama alta, ocupada em podá-la com uma tesourinha de costura.
Eu olhei em silêncio por umtempo, me emocionei bastante e depois entrei em casa. Em alguns minutos eu voltei com uma escova de dentes e lhe entreguei.' - Quando você terminar de cortar a grama,' eu disse, 'você pode também varrer a calçada.' Depois disso não me lembro de mais nada.
Os médicos dizem que eu voltarei a andar, mas mancarei pelo resto da vida'.'
O casamento é uma relação entre duas pessoas na qual uma está sempre certa e a outra é o marido..'

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

1 - Texto Billy Elliot;2 - Glossário: "Dias de sombra, dias de luz";
3 - Poesia "falando" de Poesia: sugestão - Drummond, Viviane Mosé; Adélia Prado
4 - Poesia negra recitada por você;
5 - O que é Gramática Descritiva;
6 - O que é Gramática Normativa;
7 - O que é o Projeto Nurc?
8 - Fábula de Millôr Fernandes;
9 - Colocar em seu blog um poema "concretista".

terça-feira, 28 de julho de 2009

Machado de Assis

A IGREJA DO DIABO

CAPÍTULO I

DE UMA IDÉIA MIRÍFICA

Conta um velho manuscrito beneditino que o Diabo, em certo dia, teve a idéia de fundar uma igreja. Embora os seus lucros fossem contínuos e grandes, sentia-se humilhado com o papel avulso que exercia desde séculos, sem organização, sem regras, sem cânones, sem ritual, sem nada. Vivia, por assim dizer, dos remanescentes divinos, dos descuidos e obséquios humanos. Nada fixo, nada regular. Por que não teria ele a sua igreja? Uma igreja do Diabo era o meio eficaz de combater as outras religiões, e destruí-las de uma vez.
- Vá, pois, uma igreja, concluiu ele. Escritura contra Escritura, breviário contra breviário. Terei a minha missa, com vinho e pão à farta, as minhas prédicas, bulas, novenas e todo o demais aparelho eclesiástico. O meu credo será o núcleo universal dos espíritos, a minha igreja uma tenda de Abraão. E depois, enquanto as outras religiões se combatem e se dividem, a minha igreja será única; não acharei diante de mim, nem Maomé, nem Lutero. Há muitos modos de afirmar; há só um de negar tudo.
Dizendo isto, o Diabo sacudiu a cabeça e estendeu os braços, com um gesto magnífico e varonil. Em seguida, lembrou-se de ir ter com Deus para comunicar-lhe a idéia, e desafiá-lo; levantou os olhos, acesos de ódio, ásperos de vingança, e disse consigo: - Vamos, é tempo. E rápido, batendo as asas, com tal estrondo que abalou todas as províncias do abismo, arrancou da sombra para o infinito azul.

II
ENTRE DEUS E O DIABO

Deus recolhia um ancião, quando o Diabo chegou ao céu. Os serafins que engrinaldavam o recém-chegado, detiveram-no logo, e o Diabo deixou-se estar à entrada com os olhos no Senhor.
- Que me queres tu? perguntou este.
- Não venho pelo vosso servo Fausto, respondeu o Diabo rindo, mas por todos os Faustos do século e dos séculos.
- Explica-te.
- Senhor, a explicação é fácil; mas permiti que vos diga: recolhei primeiro esse bom velho; dai-lhe o melhor lugar, mandai que as mais afinadas cítaras e alaúdes o recebam com os mais divinos coros...
- Sabes o que ele fez? perguntou o Senhor, com os olhos cheios de doçura.
- Não, mas provavelmente é dos últimos que virão ter convosco. Não tarda muito que o céu fique semelhante a uma casa vazia, por causa do preço, que é alto. Vou edificar uma hospedaria barata; em duas palavras, vou fundar uma igreja. Estou cansado da minha desorganização, do meu reinado casual e adventício. É tempo de obter a vitória final e completa. E então vim dizer-vos isto, com lealdade, para que me não acuseis de dissimulação... Boa idéia, não vos parece?
- Vieste dizê-la, não legitimá-la, advertiu o Senhor,
- Tendes razão, acudiu o Diabo; mas o amor-próprio gosta de ouvir o aplauso dos mestres. Verdade é que neste caso seria o aplauso de um mestre vencido, e uma tal exigência... Senhor, desço à terra; vou lançar a minha pedra fundamental.
- Vai
- Quereis que venha anunciar-vos o remate da obra?
- Não é preciso; basta que me digas desde já por que motivo, cansado há tanto da tua desorganização, só agora pensaste em fundar uma igreja?
O Diabo sorriu com certo ar de escárnio e triunfo. Tinha alguma idéia cruel no espírito, algum reparo picante no alforje da memória, qualquer coisa que, nesse breve instante da eternidade, o fazia crer superior ao próprio Deus. Mas recolheu o riso, e disse:
- Só agora concluí uma observação, começada desde alguns séculos, e é que as virtudes, filhas do céu, são em grande número comparáveis a rainhas, cujo manto de veludo rematasse em franjas de algodão. Ora, eu proponho-me a puxá-las por essa franja, e trazê- las todas para minha igreja; atrás delas virão as de seda pura...
- Velho retórico! murmurou o Senhor.
- Olhai bem. Muitos corpos que ajoelham aos vossos pés, nos templos do mundo, trazem as anquinhas da sala e da rua, os rostos tingem-se do mesmo pó, os lenços cheiram aos mesmos cheiros, as pupilas centelham de curiosidade e devoção entre o livro santo e o bigode do pecado. Vede o ardor, - a indiferença, ao menos, - com que esse cavalheiro põe em letras públicas os benefícios que liberalmente espalha, - ou sejam roupas ou botas, ou moedas, ou quaisquer dessas matérias necessárias à vida... Mas não quero parecer que me detenho em coisas miúdas; não falo, por exemplo, da placidez com que este juiz de irmandade, nas procissões, carrega piedosamente ao peito o vosso amor e uma comenda... Vou a negócios mais altos...
Nisto os serafins agitaram as asas pesadas de fastio e sono. Miguel e Gabriel fitaram no Senhor um olhar de súplica, Deus interrompeu o Diabo.
- Tu és vulgar, que é o pior que pode acontecer a um espírito da tua espécie, replicou-lhe o Senhor. Tudo o que dizes ou digas está dito e redito pelos moralistas do mundo. É assunto gasto; e se não tens força, nem originalidade para renovar um assunto gasto, melhor é que te cales e te retires. Olha; todas as minhas legiões mostram no rosto os sinais vivos do tédio que lhes dás. Esse mesmo ancião parece enjoado; e sabes tu o que ele fez?
- Já vos disse que não.
- Depois de uma vida honesta, teve uma morte sublime. Colhido em um naufrágio, ia salvar-se numa tábua; mas viu um casal de noivos, na flor da vida, que se debatiam já com a morte; deu-lhes a tábua de salvação e mergulhou na eternidade. Nenhum público: a água e o céu por cima. Onde achas aí a franja de algodão?
- Senhor, eu sou, como sabeis, o espírito que nega.
- Negas esta morte?
- Nego tudo. A misantropia pode tomar aspecto de caridade; deixar a vida aos outros, para um misantropo, é realmente aborrecê-los...
- Retórico e sutil! exclamou o Senhor. Vai; vai, funda a tua igreja; chama todas as virtudes, recolhe todas as franjas, convoca todos os homens... Mas, vai! vai!
Debalde o Diabo tentou proferir alguma coisa mais. Deus impusera-lhe silêncio; os serafins, a um sinal divino, encheram o céu com as harmonias de seus cânticos. O Diabo sentiu, de repente, que se achava no ar; dobrou as asas, e, como um raio, caiu na terra.


Ill
A BOA NOVA AOS HOMENS

Uma vez na terra, o Diabo não perdeu um minuto. Deu-se pressa em enfiar a cogula beneditina, como hábito de boa fama, e entrou a espalhar uma doutrina nova e extraordinária, com uma voz que reboava nas entranhas do século. Ele prometia aos seus discípulos e fiéis as delícias da terra, todas as glórias, os deleites mais íntimos. Confessava que era o Diabo; mas confessava-o para retificar a noção que os homens tinham dele e desmentir as histórias que a seu respeito contavam as velhas beatas.
- Sim, sou o Diabo, repetia ele; não o Diabo das noites sulfúreas, dos contos soníferos, terror das crianças, mas o Diabo verdadeiro e único, o próprio gênio da natureza, a que se deu aquele nome para arredá-lo do coração dos homens. Vede-me gentil a airoso. Sou o vosso verdadeiro pai. Vamos lá: tomai daquele nome, inventado para meu desdouro, fazei dele um troféu e um lábaro, e eu vos darei tudo, tudo, tudo, tudo, tudo, tudo...
Era assim que falava, a princípio, para excitar o entusiasmo, espertar os indiferentes, congregar, em suma, as multidões ao pé de si. E elas vieram; e logo que vieram, o Diabo passou a definir a doutrina. A doutrina era a que podia ser na boca de um espírito de negação. Isso quanto à substância, porque, acerca da forma, era umas vezes sutil, outras cínica e deslavada.
Clamava ele que as virtudes aceitas deviam ser substituídas por outras, que eram as naturais e legítimas. A soberba, a luxúria, a preguiça foram reabilitadas, e assim também a avareza, que declarou não ser mais do que a mãe da economia, com a diferença que a mãe era robusta, e a filha uma esgalgada. A ira tinha a melhor defesa na existência de Homero; sem o furor de Aquiles, não haveria a Ilíada: "Musa, canta a cólera de Aquiles, filho de Peleu"... O mesmo disse da gula, que produziu as melhores páginas de Rabelais, e muitos bons versos do Hissope; virtude tão superior, que ninguém se lembra das batalhas de Luculo, mas das suas ceias; foi a gula que realmente o fez imortal. Mas, ainda pondo de lado essas razões de ordem literária ou histórica, para só mostrar o valor intrínseco daquela virtude, quem negaria que era muito melhor sentir na boca e no ventre os bons manjares, em grande cópia, do que os maus bocados, ou a saliva do jejum? Pela sua parte o Diabo prometia substituir a vinha do Senhor, expressão metafórica, pela vinha do Diabo, locução direta e verdadeira, pois não faltaria nunca aos seus com o fruto das mais belas cepas do mundo. Quanto à inveja, pregou friamente que era a virtude principal, origem de prosperidades infinitas; virtude preciosa, que chegava a suprir todas as outras, e ao próprio talento.
As turbas corriam atrás dele entusiasmadas. O Diabo incutia-lhes, a grandes golpes de eloqüência, toda a nova ordem de coisas, trocando a noção delas, fazendo amar as perversas e detestar as sãs.
Nada mais curioso, por exemplo, do que a definição que ele dava da fraude. Chamava-lhe o braço esquerdo do homem; o braço direito era a força; e concluía: muitos homens são canhotos, eis tudo. Ora, ele não exigia que todos fossem canhotos; não era exclusivista. Que uns fossem canhotos, outros destros; aceitava a todos, menos os que não fossem nada. A demonstração, porém, mais rigorosa e profunda, foi a da venalidade. Um casuísta do tempo chegou a confessar que era um monumento de lógica. A venalidade, disse o Diabo, era o exercício de um direito superior a todos os direitos. Se tu podes vender a tua casa, o teu boi, o teu sapato, o teu chapéu, coisas que são tuas por uma razão jurídica e legal, mas que, em todo caso, estão fora de ti, como é que não podes vender a tua opinião, o teu voto, a tua palavra, a tua fé, coisas que são mais do que tuas, porque são a tua própria consciência, isto é, tu mesmo? Negá-lo é cair no obscuro e no contraditório. Pois não há mulheres que vendem os cabelos? não pode um homem vender uma parte do seu sangue para transfundi-lo a outro homem anêmico? e o sangue e os cabelos, partes físicas, terão um privilégio que se nega ao caráter, à porção moral do homem? Demonstrando assim o princípio, o Diabo não se demorou em expor as vantagens de ordem temporal ou pecuniária; depois, mostrou ainda que, à vista do preconceito social, conviria dissimular o exercício de um direito tão legítimo, o que era exercer ao mesmo tempo a venalidade e a hipocrisia, isto é, merecer duplicadamente. E descia, e subia, examinava tudo, retificava tudo. Está claro que combateu o perdão das injúrias e outras máximas de brandura e cordialidade. Não proibiu formalmente a calúnia gratuita, mas induziu a exercê-la mediante retribuição, ou pecuniária, ou de outra espécie; nos casos, porém, em que ela fosse uma expansão imperiosa da força imaginativa, e nada mais, proibia receber nenhum salário, pois equivalia a fazer pagar a transpiração. Todas as formas de respeito foram condenadas por ele, como elementos possíveis de um certo decoro social e pessoal; salva, todavia, a única exceção do interesse. Mas essa mesma exceção foi logo eliminada, pela consideração de que o interesse, convertendo o respeito em simples adulação, era este o sentimento aplicado e não aquele.
Para rematar a obra, entendeu o Diabo que lhe cumpria cortar por toda a solidariedade humana. Com efeito, o amor do próximo era um obstáculo grave à nova instituição. Ele mostrou que essa regra era uma simples invenção de parasitas e negociantes insolváveis; não se devia dar ao próximo senão indiferença; em alguns casos, ódio ou desprezo. Chegou mesmo à demonstração de que a noção de próximo era errada, e citava esta frase de um padre de Nápoles, aquele fino e letrado Galiani, que escrevia a uma das marquesas do antigo regímen: "Leve a breca o próximo! Não há próximo!" A única hipótese em que ele permitia amar ao próximo era quando se tratasse de amar as damas alheias, porque essa espécie de amor tinha a particularidade de não ser outra coisa mais do que o amor do indivíduo a si mesmo. E como alguns discípulos achassem que uma tal explicação, por metafísica, escapava à compreensão das turbas, o Diabo recorreu a um apólogo: - Cem pessoas tomam ações de um banco, para as operações comuns; mas cada acionista não cuida realmente senão nos seus dividendos: é o que acontece aos adúlteros. Este apólogo foi incluído no livro da sabedoria.


IV
FRANJAS E FRANJAS

A previsão do Diabo verificou-se. Todas as virtudes cuja capa de veludo acabava em franja de algodão, uma vez puxadas pela franja, deitavam a capa às urtigas e vinham alistar-se na igreja nova. Atrás foram chegando as outras, e o tempo abençoou a instituição. A igreja fundara-se; a doutrina propagava-se; não havia uma região do globo que não a conhecesse, uma língua que não a traduzisse, uma raça que não a amasse. O Diabo alçou brados de triunfo.
Um dia, porém, longos anos depois, notou o Diabo que muitos dos seus fiéis, às escondidas, praticavam as antigas virtudes. Não as praticavam todas, nem integralmente, mas algumas, por partes, e, como digo, às ocultas. Certos glutões recolhiam-se a comer frugalmente três ou quatro vezes por ano, justamente em dias de preceito católico; muitos avaros davam esmolas, à noite, ou nas ruas mal povoadas; vários dilapidadores do erário restituíam-lhe pequenas quantias; os fraudulentos falavam, uma ou outra vez, com o coração nas mãos, mas com o mesmo rosto dissimulado, para fazer crer que estavam embaçando os outros.
A descoberta assombrou o Diabo. Meteu-se a conhecer mais diretamente o mal, e viu que lavrava muito. Alguns casos eram até incompreensíveis, como o de um droguista do Levante, que envenenara longamente uma geração inteira, e, com o produto das drogas socorria os filhos das vítimas. No Cairo achou um perfeito ladrão de camelos, que tapava a cara para ir às mesquitas. O Diabo deu com ele à entrada de uma, lançou-lhe em rosto o procedimento; ele negou, dizendo que ia ali roubar o camelo de um drogomano; roubou-o, com efeito, à vista do Diabo e foi dá-lo de presente a um muezim, que rezou por ele a Alá. O manuscrito beneditino cita muitas outra descobertas extraordinárias, entre elas esta, que desorientou completamente o Diabo. Um dos seus melhores apóstolos era um calabrês, varão de cinqüenta anos, insigne falsificador de documentos, que possuía uma bela casa na campanha romana, telas, estátuas, biblioteca, etc. Era a fraude em pessoa; chegava a meter-se na cama para não confessar que estava são. Pois esse homem, não só não furtava ao jogo, como ainda dava gratificações aos criados. Tendo angariado a amizade de um cônego, ia todas as semanas confessar-se com ele, numa capela solitária; e, conquanto não lhe desvendasse nenhuma das suas ações secretas, benzia-se duas vezes, ao ajoelhar-se, e ao levantar-se. O Diabo mal pôde crer tamanha aleivosia. Mas não havia duvidar; o caso era verdadeiro.
Não se deteve um instante. O pasmo não lhe deu tempo de refletir, comparar e concluir do espetáculo presente alguma coisa análoga ao passado. Voou de novo ao céu, trêmulo de raiva, ansioso de conhecer a causa secreta de tão singular fenômeno. Deus ouviu-o com infinita complacência; não o interrompeu, não o repreendeu, não triunfou, sequer, daquela agonia satânica. Pôs os olhos nele, e disse:
- Que queres tu, meu pobre Diabo? As capas de algodão têm agora franjas de seda, como as de veludo tiveram franjas de algodão. Que queres tu? É a eterna contradição humana.v

quarta-feira, 22 de julho de 2009

You Are Not Alone
Michael Jackson
Composição: Michael Jackson

Another day has goneI'm still all aloneHow could this be?
You're not here with me
You never said good-bye
Someone tell me, why?
Did you have to go?
And leave my world so cold?
Everyday I sit and ask mysel
fHow did love slip away?
Something whispers in my ear and says:
(CHORUS)"That you are not aloneI am here with you
Though you're far away
I am here to stay
You are not aloneI am here with you
Though we're far apart
You're always in my heart
You are not alone..."Alone, aloneWhy?, Alone!Just the other night
I thought I heard you cry
Asking me to come
And hold you in my arm
I can hear your prayers
Your burdens I will bear
But first I need your hand
Then forever can begin
Everyday I sit and ask mysel
fHow did love slip away?
Something whispers in my ear and says:
(CHORUS)
But you are not alone
I am here with you
Though you're far away
I am here to stay
You are not alone
I am here with you
Though we're far apart
You're always in my heart
You are not alone...
Oh...whisper three words and I'll come running
Fly...and girl you know that
I'll be thereI'll be there...
(CHORUS TWICE)
But you are not alone
I am here with you
Though you're far awayI am here to stay
You are not aloneI am here with you
Though we're far apart
You're always in my heart
You are not alone...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

O florido amor de hoje é a fruta apodrecida de amanhã.


O amor nasce flor, belo e formoso,
depois cresce e vira uma fruta,
doce, suculento, saboroso.
Sendo fruta, amadurece
e despenca do pé,
morre no chão
e apodrece.

Análise do Filme Billy Eliot

Tema:Analise do filme Billy Elliot

O preconceito é algo que vem desde tempos mais antigos e que se tornou normal entre a sociedade, o que dificulta a abolição dessa ideologia
Para praticar a dança , jogos ,esportes que envolve habilidade corporal , tudo era levado em consideração , principalmente , sexo e dinheiro . Meninas não podiam praticar outra coisa além de dança ou algo do gênero, e meninos tinham que praticar esportes que fossem violentos ou que comprovassem sua masculinidade.
O filme Billy Eliot retrata esse tema com precisão, e mostra a reação de pessoas que vivem essa mudança e fala também da dificuldade de quem quebra as regras impostas pela sociedade.
Quando o pai de Billy se depara com a vontade do filho em querer praticar dança ele fica espantado, pois acha que o filho vai perder sua masculinidade, o que lhe trouxe medo e insegurança.
As pessoas não se dão conta – a menos que não queiram mostrar – de que são elas mesmas que criam essas regras que dificultam as relações entre elas mesmas.
Não é fácil quebrar essas regras, muito menos mudá-las. Quando a pessoa sai do “normal” ela sofre com a discriminação da sociedade e sente que está sendo diminuindo pelo fato de ser tratado diferente.

quarta-feira, 10 de junho de 2009


segunda-feira, 1 de junho de 2009


quinta-feira, 28 de maio de 2009

PRONOMINAIS (Oswald de Andrade)

Dê-me um cigarro
Diz a gramática
Do professor e do aluno
E do mulato sabido
Mas o bom negro e o bom branco
Da Nação Brasileira
Dizem todos os dias
Deixa disso camarada
Me dá um cigarro.

Vício na fala
Para dizerem milho dizem mio
Para melhor dizem mió
Para pior pió
Para telha dizem teia
Para telhado dizem teiado
E vão fazendo telhados.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Resumo critico Dias de sombra dias de luz

Dias de sombra,dias de luz- Resumo Critico

‘Sem o sonho de que os tempos sombrios passarão, viver serve para quê? ‘O início do texto ‘Dias de sombra, dias de luz’ me fez lembrar que o pessimismo não é o melhor caminho para se crer na realização de algo, que viver sem o sonho que tudo um dia vai melhorar não serve e não leva a nada.Logo ele começa a falar sobre as sombras que atingem a sociedade, cita o caso de João Hélio e eu percebo que é quase impossível não ser pessimista nos dias atuais. É chocante quando o assassino diz que ele não sabe qual é a dor de perder um filho porque ele nunca teve um, o mais chocante que ele é um ser que não conheceu o que é família e, conseqüentemente, o que é amor. Resumindo: ele é mais um fruto do ciclo vicioso que virou a sociedade brasileira.Creio que a maior culpa do assassinato de João Hélio é desse sistema que chamamos de Brasil, um país dividido em vários países. Nunca fomos unificados de fato, e se isso não acontecer muitos Joãos, Isabelas, Marias vão rechear os nossos jornais de notícias pessimistas. Eles sempre serão lembrados como dias sombrios e sempre terá a esperança que o dia seguinte será de luz. Não me preocupo muito como será o dia seguinte, me preocupo com o agora e quando todos resolverem quebrar o ciclo em que vivemos, teremos eternos dias iluminados.

sábado, 9 de maio de 2009

Nuvens Negras

Nuvens negras,
Negras nuvens que
desfilam o azul do céu,
deixando transparecera desolação
e a inquietude do planeta "Terra"
Nuvens simples,negras, ausentes,
cinzas e comoventes
acompanhantes de indecisos
como eu...
Passos lentos
Futuro incerto,
Ventos,
chuvas
poeiras, trovões
Tudo tão emboladoe tão deserto...
A vida segue
Num vendaval de emoções gigantes
As nuvens...Invadem sonhos tortos
corações frios e fracos...
Na tarde
O resumo da cidade
se transforma
em emoções loucas.
As nuvens revoltas
soltas no arparecem destruir o mundo...
O meu mundo,
está cinza,sem colorido, triste!
À espera de algoa acontecer,
mas, as nuvens negras partem...
De novo o Sol.
O colorido brilhante,emocionante,
E o dia límpidome fazem companhia.
Só restaram nuvens negras
No meu coração!

POESIAS NEGRAS

Nada e o que parece ser...
Apenas a ilusão ilusão se faz presente.
Apenas a incerteza dos dias, as horas em
Profundo silencio.
Recitam as poesias negras que trago
escritas em minha pele
e que desenham os caminhos que não me leva a
lugar nenhum.

sexta-feira, 8 de maio de 2009


O Menestrel - Texto o Menestrel


Depois de algum tempo você aprende a diferença, a sutil diferença entre dar a mão
e acorrentar uma alma. E você aprende que amar não significa apoiar-se. E que
companhia nem sempre significa segurança. Começa a aprender que beijos não são
contratos e que presentes não são promessas.Começa a aceitar suas derrotas com
a cabeça erguida e olhos adiante, com a graça de um adulto e não com a tristeza de
uma criança.Aprende a construir todas as suas estradas no hoje, porque o terreno
do amanhã é incerto demais para os planos, e o futuro tem o costume de cair em
meio ao vão.Depois de um tempo você aprende que o sol queima se ficar exposto
por muito tempo.E aprende que, não importa o quanto você se importe, algumas
pessoas simplesmente não se importam… E aceita que não importa quão boa seja
uma pessoa, ela vai feri-lo de vez em quando e você precisa perdoá-la por isso.
Aprende que falar pode aliviar dores emocionais.Descobre que se leva anos para
construir confiança e apenas segundos para destruí-la…E que você pode fazer coisas
em um instante das quais se arrependerá pelo resto da vida. Aprende que verdadeiras
amizades continuam a crescer mesmo a longas distâncias.E o que importa não é o que
você tem na vida, mas quem você tem na vida.E que bons amigos são a família que nos permitiram escolher.Aprende que não temos de mudar de amigos se compreendemos
que os amigos mudam…Percebe que seu melhor amigo e você podem fazer qualquer
coisa, ou nada, e terem bons momentos juntos. Descobre que as pessoas com quem você
mais se importa na vida são tomadas de você muito depressa… por isso sempre devemos
deixar as pessoas que amamos com palavras amorosas; pode ser a última vez que as
vejamos. Aprende que as circunstâncias e os ambientes têm influência sobre nós, mas
nós somos responsáveis por nós mesmos. Começa a aprender que não se deve comparar
com os outros, mas com o melhor que pode ser.Descobre que se leva muito tempo para
se tornar a pessoa que quer ser, e que o tempo é curto.Aprende que não importa onde já
chegou, mas para onde está indo… mas, se você não sabe para onde está indo, qualquer
caminho serve.Aprende que, ou você controla seus atos, ou eles o controlarão… e que ser
flexível não significa ser fraco, ou não ter personalidade, pois não importa quão delicada e
frágil seja uma situação, sempre existem, pelo menos, dois lados. Aprende que heróis são pessoas que fizeram o que era necessário fazer, enfrentando as conseqüências. Aprende que paciência requer muita prática.Descobre que algumas vezes a pessoa que você espera que
o chute quando você cai é uma das poucas que o ajudam a levantar-se. Aprende que
maturidade tem mais a ver com os tipos de experiência que se teve e o que você aprendeu
com elas do que com quantos aniversários você celebrou. Aprende que há mais dos seus pais
em você do que você supunha.Aprende que nunca se deve dizer a uma criança que sonhos
são bobagens…Poucas coisas são tão humilhantes e seria uma tragédia se ela acreditasse nisso.Aprende que quando está com raiva tem o direito de estar com raiva, mas isso não te
dá o direito de ser cruel. Descobre que só porque alguém não o ama do jeito que você quer
que ame não significa que esse alguém não o ama com tudo o que pode, pois existem pessoas
que nos amam, mas simplesmente não sabem como demonstrar ou viver isso.Aprende que
nem sempre é suficiente ser perdoado por alguém…Algumas vezes você tem de aprender a perdoar a si mesmo.Aprende que com a mesma severidade com que julga, você será em algum momento condenado.Aprende que não importa em quantos pedaços seu coração foi partido, o mundo não pára para que você o conserte. Aprende que o tempo não é algo que possa voltar.Portanto, plante seu jardim e decore sua alma, em vez de esperar que alguém lhe traga flores.E você aprende que realmente pode suportar… que realmente é forte, e que pode ir muito mais longe depois de pensar que não se pode mais. E que realmente a vida tem valor e que você tem valor diante da vida! Nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder o bem que poderíamos conquistar se não fosse o medo de tentar.

quarta-feira, 15 de abril de 2009

carta de repudio

Eunápolis 15 de Abril 2009

Prezado Sr. Ministro da Saude


O cigarro é uma das drogas mais consumidas, atualmente, por todo o mundo.
Apesar de toda informação referente aos riscos á saude que o cigarro causa, ainda assim, é crescente esse consumo. É de conhecimento de todos que a própria fumaça inalada pelos não fumantes podem, também, provocar sérias doenças, como o câncer.
A indústria do cigarro é uma das principais inimigas da saúde publica que vive exposta a esse risco, afinal o cigarro é um produto feito para viciar e matar. Segundo os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), são 4 milhões de mortos por ano, ou seja, um à cada 8 segundos, e o pior ainda está por vim, pois nesse mesmo tempo outra vitima é ''recrutada'' , a qual faz parte da faixa etária jovem.
Noventa por cento dos fumantes começaram antes dos 19 anos. Um dos principais objetivos da indústria do cigarro é fazer as pessoas acreditarem que fumar é uma decisão individual oque não é verdade em qualquer lugar em que vamos sempre há propaganda de cigarro, ou até mesmo pessoas que influênciam outras á fumar. E alguns países da América já existem áreas reservadas para os fumantes, o que já é um grande avanço para a população.São várias as mudanças que podem ser feitas, entre elas á abolição do cigarro, que viria a ajudar a diminuir o indice de viciados e mortos por ano.

Atenciosamente Chaina Cristina Soares Santos.

Caros Amigos Professores


Gostaria de nesta carta falar de minha imensa gratidão e graças a vocês tenho oportunidade de escrevê-la. Com minhas palavras e sem muita formalidade, vou relembrar alguns momentos de minha vida e parar um pouco para refletir sobre fatos importantes que vivi ao lado de todos vocês

Para começar não me esqueço de quando ainda pequena eu chorava querendo a minha mãe, e vocês ao meu lado dizendo coisas bonitas, e me dando lápis e papel para eu me expressar naqueles primeiros rabiscos

Mais tarde com as histórias que me contavam veio o estimulo pela leitura, que fez a minha mente se abrir para um novo mundo, nesse tempo minhas notas eram altas e eu era uma aluna exemplar. Com novas descobertas minha curiosidade foi aumentando e vocês sempre ao meu lado tirando dúvidas.

Há medida que fui crescendo via o esforço de vocês e não entendia o porquê daquilo, e ficava indignada quando não dava em nada. Quando eu ficava triste, vocês me ajudavam a recuperar a alta estima, e fazia nos vermos o mundo de outra forma, fazendo assim enxergarmos um mundo com mais esperança.

Mas como nada é perfeito entre tantas descobertas e alegrias, também vieram tempos de aborrecimento que me fizeram perde muitas coisas boas, a chamada ‘adolescência’. Alguns professores não deram muita moleza e não aturavam os meus caprichos, mais que porventura, faziam outros rir e varias vezes me aconselharem também , e são conselhos que carrego ate hoje comigo.

Agradeço a vocês professores e professoras que fizeram parte de minha historia de vida, e me apoiaram quando eu mais precisei. Espero um dia poder retribuir tudo o que fizeram por mim, conquistando os meus objetivos e mostrando que valeu a pena os dias de aborrecimento que tiveram comigo.

Beijos De sua melhor aluna (Chaina Cristina Soares Santos).

Soneto LXV

O bronze, a pedra, a terra, o mar sem fim,

Se a morte impõe a todos seu rigor,
Como a beleza há de durar assim Se não tem mais que a força de uma flor?
Será que o sopro do verão perdura
Contra o assédio dos dias de tormenta,
Se nem a pedra se conserva dura
Nem os portões de aço se sustentam?
Terrível reflexão! Como ocultar
Do Tempo a sua mais cara riqueza?
Seu pé veloz que mão há de parar?
Quem lhe proíbe o desgaste da beleza?
*Ninguém: só se um milagre faz-se impor,
E em tinta negra esplende o meu amor.

15 de Abril de 2009(Chaina Cristina Soares Santos).


Bons amigos

Abençoados os que possuem amigos, os que os têm sem pedir.Porque amigo não se pede, não se compra, nem se vende.Amigo a gente sente!Benditos os que sofrem por amigos, os que falam com o olhar.Porque amigo não se cala, não questiona, nem se rende.Amigo a gente entende!Benditos os que guardam amigos, os que entregam o ombro pra chorar.Porque amigo sofre e chora.Amigo não tem hora pra consolar!Benditos sejam os amigos que acreditam na tua verdade ou te apontam a realidade.Porque amigo é a direção.Amigo é a base quando falta o chão!Benditos sejam todos os amigos de raízes, verdadeiros.Porque amigos são herdeiros da real sagacidade.Ter amigos é a melhor cumplicidade!Há pessoas que choram por saber que as rosas têm espinho,Há outras que sorriem por saber que os espinhos têm rosas!

A Minha Alma (a Paz Que Eu Não Quero)

Maria Rita

Composição: Marcelo Yuka

A minha alma
Está armada e apontada
Para a cara do sossego
Pois paz sem voz
Não é paz, é medo
Às vezes eu falo com a vida
Às vezes é ela quem diz
Qual a paz que eu não quero conservar
Pra tentar ser feliz
As grades do condomínio
São pra trazer proteção
Mas também trazem a dúvida
Se é você que está nessa prisão
Me abrace, me dê um beijo
Faça um filho comigo
Mas não me deixe
Sentar na poltrona
Num dia de domingo
Procurando novas drogas de aluguel
Nesse vídeo coagido
É pela paz que eu não quero seguir admitindo

Meus oito anos - Casimiro de Abreu


Oh! Que saudades que tenho
Da aurora da minha vida,
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!
Que amor, que sonhos, que flores,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!
Como são belos os dias
Do despontar da existência!-
Respira a alma inocência
Como perfumes a flor;
O mar é lago sereno,
O céu - um manto azulado,
O mundo - um sonho dourado,
A vida - um hino d'amor!
Que auroras, que sol, que vida,
Que noites de melodia,
Naquela doce alegria,
Naquele ingênuo folgar!
O céu bordado d'estrelas,
A terra de aromas cheia,
As ondas beijando a areia
E a lua beijando o mar!
Oh! dias de minha infância
Oh! meu céu de primavera!
Que doce à vida não era
Nessa risonha manhã!
Em vez das mágoas de agora,
Eu tinha nessas delícias
De minha mãe as carícias
E beijos de minha irmã!
Livre filho das montanhas,
Eu ia bem satisfeito,
Da camisa aberto o peito,-
Pés descalços, braços nus -.
Correndo pelas campinas
À roda das cachoeiras,
Atrás das asas ligeiras
Das borboletas azuis!
Naqueles tempos ditosos
Ia colher as pitangas,
Trepava a tirar as mangas,
Brincava à beira do mar;
Rezava às Ave-Marias
,Achava o céu sempre lindo,
Adormecia sorrindo
E despertava a cantar!
Oh! que saudades que tenho
Da aurora da minha vida
Da minha infância querida
Que os anos não trazem mais!
- Que amor, que sonhos, que flores -,
Naquelas tardes fagueiras
À sombra das bananeiras,
Debaixo dos laranjais!

Casimiro de Abreu (n. na fazenda da Prata, no atual município de Silva Jardim (RJ), em 4 de Jan de 1839; m. na fazenda do Indaiaçu, no atual município de Casimiro de Abreu (RJ), em 18 de Out. de 1860).

Veríssimo, Luís Fernando. O gigolô das palavras.
Ações do documento

O gigolô das palavras
Luís Fernando Veríssimo
Quatro ou cinco grupos diferentes de alunos do Farroupilha estiveram lá em casa numa mesma missão, designada por seu professor de Português: saber se eu considerava o estudo da Gramática indispensável para aprender e usar a nossa ou qualquer outra língua. Cada grupo portava seu gravador cassete, certamente o instrumento vital da pedagogia moderna, e andava arrecadando opiniões. Suspeitei de saída que o tal professor lia esta coluna, se descabelava diariamente com suas afrontas às leis da língua, e aproveitava aquela oportunidade para me desmascarar. Já estava até preparando, às pressas, minha defesa ("Culpa da revisão! Culpa da revisão !"). Mas os alunos desfizeram o equívoco antes que ele se criasse. Eles mesmos tinham escolhido os nomes a serem entrevistados. Vocês têm certeza que não pegaram o Veríssimo errado? Não. Então vamos em frente.
Respondi que a linguagem, qualquer linguagem, é um meio de comunicação e que deve ser julgada exclusivamente como tal. Respeitadas algumas regras básicas da Gramática, para evitar os vexames mais gritantes, as outras são dispensáveis. A sintaxe é uma questão de uso, não de princípios. Escrever bem é escrever claro, não necessariamente certo. Por exemplo: dizer "escrever claro" não é certo mas é claro, certo? O importante é comunicar. (E quando possível surpreender, iluminar, divertir, mover... Mas aí entramos na área do talento, que também não tem nada a ver com Gramática.) A Gramática é o esqueleto da língua. Só predomina nas línguas mortas, e aí é de interesse restrito a necrólogos e professores de Latim, gente em geral pouco comunicativa. Aquela sombria gravidade que a gente nota nas fotografias em grupo dos membros da Academia Brasileira de Letras é de reprovação pelo Português ainda estar vivo. Eles só estão esperando, fardados, que o Português morra para poderem carregar o caixão e escrever sua autópsia definitiva. É o esqueleto que nos traz de pé, certo, mas ele não informa nada, como a Gramática é a estrutura da língua mas sozinha não diz nada, não tem futuro. As múmias conversam entre si em Gramática pura.
Claro que eu não disse isso tudo para meus entrevistadores. E adverti que minha implicância com a Gramática na certa se devia à minha pouca intimidade com ela. Sempre fui péssimo em Português. Mas - isso eu disse - vejam vocês, a intimidade com a Gramática é tão indispensável que eu ganho a vida escrevendo, apesar da minha total inocência na matéria. Sou um gigolô das palavras. Vivo às suas custas. E tenho com elas exemplar conduta de um cáften profissional. Abuso delas. Só uso as que eu conheço, as desconhecidas são perigosas e potencialmente traiçoeiras. Exijo submissão. Não raro, peço delas flexões inomináveis para satisfazer um gosto passageiro. Maltrato-as, sem dúvida. E jamais me deixo dominar por elas. Não me meto na sua vida particular. Não me interessa seu passado, suas origens, sua família nem o que outros já fizeram com elas. Se bem que não tenho o mínimo escrúpulo em roubá-las de outro, quando acho que vou ganhar com isto. As palavras, afinal, vivem na boca do povo. São faladíssimas. Algumas são de baixíssimo calão. Não merecem o mínimo respeito.
Um escritor que passasse a respeitar a intimidade gramatical das suas palavras seria tão ineficiente quanto um gigolô que se apaixonasse pelo seu plantel. Acabaria tratando-as com a deferência de um namorado ou a tediosa formalidade de um marido. A palavra seria a sua patroa ! Com que cuidados, com que temores e obséquios ele consentiria em sair com elas em público, alvo da impiedosa atenção dos lexicógrafos, etimologistas e colegas. Acabaria impotente, incapaz de uma conjunção. A Gramática precisa apanhar todos os dias pra saber quem é que manda.


VIDA

Nada do que temos
é o que queremos, a vida é cheia de surpresas, e uma delas são as escolhas que fazemos para alcançar os nossos objetivos
por isso seja persistente e lute pelo o que deseja
Não deixe que alguem venha e tire os teus sonhos,
siga em frente e lute pelo que quer.
Saiba que existe sempre uma pessoa para apoia-lo,
por que nenhum ser vivo esta a so.

verso feito por chaina cristina!

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